Documentário sobre a vida na Polinésia, com uma narrativa romântica para cativar o público, Tabu foi uma (atribulada) colaboração entre o realizador alemão F.W. Murnau e o documentarista norte-americano Robert Flaherty (Nanook of the North). Especialista em filmar em condições extremas, Flaherty abandonou o projecto muito antes da sua conclusão, em divergência com o rumo ficcional que Murnau pretendia para o projecto. Muito embora Tabu seja nitidamente um filme de Murnau, o que sobressai mais é a excelente fotografia de Floyd Crosby, que, ao contrário dos seus colegas na época, era um adepto das filmagens em exteriores com água. O seu trabalho é de tal forma bom, que foi galardoado com o Óscar de melhor fotografia e levou a Academia das Artes e Ciências Cinematográficas a impedir que os filmes de viagens pudessem concorrer aos Óscares na categoria de melhor fotografia (a regra viria, posteriormente, a ser revogada).
Tabu começou a ser produzido em 1929 como filme mudo e levou 8 meses a ser rodado nas ilhas de Bora Bora e Takapota. Muito embora tenha estreado como filme mudo (apenas com música e intertítulos) em 1931, já em plena época do cinema sonoro, Tabu revelou-se um sucesso junto do público, tendo estado em cartaz mais de 14 semanas numa sala de cinema em Nova Iorque. Infelizmente, Murnau não assistiu à estreia de Tabu, uma vez que faleceu na noite em que terminou a montagem do filme, vítima de um acidente de automóvel.
Tabu: A Story of the South Seas
Paramount Pictures, Estados Unidos, 1931, 84 min., drama. Realizador: F.W. Murnau. Argumento: Edgar G. Ulmer, Robert J. Flaherty, F.W. Murnau. Actores: Matahi, Anne Chevalier, Bill Bambridge, Hitu
Na ilha de Bora Bora, um pescador de pérolas apaixona-se por uma rapariga que foi considerada intocável pela sua tribo.
The End